IX Felisquié lançada em Salvador
Com a presença do presidente da Academia de Letras da Bahia, Aleilton Fonseca, do assessor chefe da Fundação Pedro Calmon, Anielson Santo, representando o órgão estadual, do vereador de Salvador do Partido Verde, André Fraga e do secretário de Cultura e Turismo da Prefeitura de Jequié, Domingos Ailton, além de professores, artistas e profissionais liberais, foi lançada na noite de terça feira, 29 de julho, a IX Edição da Festa Literária Internacional do Sertão de Jequié – Felisquié na sede da Academia de Letras da Bahia em Salvador.
Ao abrir o evento, dando boas vindas aos participantes, o presidente da Academia de Letras da Bahia, Aleilton Fonseca, destacou a história da Felisquié como um das mais importantes festas literárias da Bahia, que reúne escritores e outros fazedores da Cultura da Bahia, de outras estados brasileiros e do exterior.
O secretário de Cultura e Turismo, Domingos Ailton, agradeceu a Academia de Letras da Bahia por sediar o lançamento da Felisquié e aos palestrantes do evento, convidando o público presente para ir a Jequié prestigiar a programação oficial da festa literária no período de 21 a 23 de outubro.
Mediada pelo jornalista Elieser César, a mesa literária do lançamento da Felisquié teve início com a palestra da escritora e embaixadora da paz, Maribel Barreto falou sobre os diferentes níveis de consciência e da publicação do seu livro na Itália.
A escritora e produtora literária, Simone Adivincula, reportou as ações de promoção e intercâmbio cultural entre brasileiros e italianos.
Descendente de italianos de Trecchina, estudioso da emigração italiana e guardião de um acervo sobre o tema, o pesquisador Eduardo Sarno revelou as características dos emigrantes italianos, que foram empreendedores e incentivadores da população local para o plantio de produtos agrícolas como cacau, café e fumo, que não eram cultivados em regiões como Poções e Jequié.
Para Eduardo Sarno três fatores contribuíram para adaptação dos italianos ao interior baiano: a língua neolatina, com palavras de facil tradução o idioma italiano e a língua portuguesa; o catolicismo que unia italianos e brasileiros e a cultura europeia, que também ligava os emigrantes a população local.
Ao contrário de Salvador em que os italianos viviam dispersos, no interior baiano estavam reunidos em colônia e havia uma rede de solidariedade entre eles destacou Eduardo Sarno.
O pesquisador apontou a contribuição em diversas áreas, sendo pioneiros em usina de energia, fábrica de gasosa e cinema. Criaram a organização cultural Cassemiro de Abreu e comemoraram a abolição da escravatura em Jequié.
O escritor Domingos Ailton disse que o tema da Felisquié são as relações culturais entre italianos e baianos porque não houve apenas ações econômicas, mas troca de saberes entre os imigrantes e a população local, destacando que Carlos Marotta quando chegou a Jequié ainda adolescente de 14 anos tinha conhecimento intelectual e transmitiu para os nativos como também deve ter adquirido saberes da cultura popular das matas e do sertão de Jequié.
Respondendo pergunta do público, Domingos Ailton acredita que italianos escolheram Jequié para viver porque viram o local como região geograficamente bem localizada, sendo ao mesmo tempo borda da mata e boca do sertão, contando com uma rica biodiversidade formada pela Mata Atlântica, Caatinga e Mata de Cipó e entreposto comercial, sendo pouso para boiadeiros, tropeiros e mascates.
A Felisquié é coordenada pela Comissão Organizadora e Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura de Jequié em parceria com o SESC, UESB, ACJ e NTE 22.